Pelos não alcançados!

Pelos não alcançados!

Estamos felizes em saber de seu interesse pelo curso transcultural que temos na base de Jocum Porto Velho.
Nossa oração tem sido por mais trabalhadores para a grande seara do Senhor, e por isso seu interesse em missões nos alegra muito!









terça-feira, 23 de outubro de 2012

IEEC 2012

"Formação do Povo Brasileiro"

(Textos produzidos pelos alunos do IEEC 2012)
 
 
 
"Ninguentude" da Diversidade

Thaiana Balbino Santos

"Temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza" (Boaventura de Souza Santos).

De uma mistura entre indígenas, africanos e portugueses, nascem os "Zé Ninguém", uma "ninguentude" filha da diversidade linguística, racial, cultural, econômica, social e humana. Nós, o povo brasileiro, somos mestiços desde sempre, um balaio de gato, uma colcha de retalhos rica em originalidade e diversidade. Uma mistura desafiante para a confirmação da Raiz Brasileira a partir desta múltipla ancestralidade.

Começando pela raiz  indígena de origem Tupi, nascidos da terra "Brasis", o povo indígena caracterizava-se por serem bons conhecedores da floresta, dos animais e da natureza de uma forma geral. Sobreviviam da caça, da pesca e da agricultura com diferentes técnicas de manejo e extração dos recursos naturais a partir de uma economia coletiva. Eram seminômades, vivendo em casas comunitárias com famílias extensas e fortes laços de parentesco. Enfatizavam a perpetuação de seus grupos a partir da disseminação de sua fé por meio de rituais e histórias mitológicas. Além disso, apresentavam grande riqueza em sua culinária, artefatos para enfeites e para caça e pesca e expressão artística e cultural, que hoje se apresentam como forte aspecto da cultura brasileira.

E chegam os portugueses, descobrindo um Brasil já descoberto pelos povos indígenas, com o desejo de encontrar uma nova terra para transformar em uma nova sociedade, mais nobre, verdadeira e justa. No entanto, esta chegada perpetua seu olhar dominador e seu espírito de superioridade, sua intenção de civilizar os selvagens, de culturalizar os bárbaros, incultos, sem alma e sem sentimentos, de levar a verdadeira fé e os bons hábitos àquelas pessoas despidas e mal educadas, e, de dominar as riquezas desta nova terra. Caracterizando assim, uma história de fé, esperança, caridade, domínio econômico e interesse político.

Um encontro marcado pelo preconceito, discriminação, violência, brutalidade, caos, abuso sexual, doenças, epidemias, inferiorização, destruição cultural, escravidão, interesses econômicos, políticos, e loucura, em prol do desbravamento, da colonização e do progresso. Como resultado deste encontro nos apresentamos, povo brasileiro mamelucos, com um espírito desbravador, habilidades na ciência, medicina, culinária, arquitetura, moda, música e conhecimento da palavra de Deus, mesmo que de uma forma impositiva e com uma promessa de falsa proteção:

"Paraíso e inferno podem ser em qualquer lugar da terra, nós podemos os levar a qualquer lugar que formos" (Cristóvão Colombo).

"E triunfaram os colonos, que usaram os índios como guias, lenhadores, caçadores, remadores, pescadores; e sobretudo, a índias, como os ventres nos quais engendraram uma vasta prole mestiça, que viria a ser, depois, o grosso da gente da terra: os brasileiros" (Darcy Ribeiro).

Para uma terra tão grande, em processo de crescimento urbano, econômico e social, nada mais rentável que trabalhadores, roubados, obrigados a se submeter a um sistema de escravidão, deixando para trás suas famílias, seus afazeres, suas vidas. Quanto mais fortes e mais jovens, mais aptos estariam para sobreviver às condições da viagem da África até o Brasil embarcados nos navios negreiros. E assim os negros foram trazidos para o Brasil, com os rostos marcados pelos açoites, com o coração sangrando de raiva e indignação, de culturas diversas, línguas diversas e crenças diversas. Vistos como homens e mulheres destituídos de alma, quando entravam nos navios, eram batizados e logo recebiam a promessa da salvação e um nome cristão, dados por um padre. O outro lado desta história destaca a herança cultural brasileira proveniente desta mistura que dá origem ao mulato, capoeira, dança, música popular (batucada), carnaval, alegria, futebol, arte, culinária (dendê), umbanda.

A partir de uma fusão espiritual, linguística, artística, cultural entre estes povos indígenas, brancos, africanos, mulatos e mamelucos, nascemos nós: O Povo Brasileiro, com toda a sua ternura, generosidade, força e diversidade! No entanto, um Brasil que ainda apresenta preconceitos contra negros e índios, que na verdade, são nossas raízes? Que liberdade é essa afinal? Que identidade é essa afinal? Somos o que nós somos! Deixa-nos livre!

"Nós, Brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito... Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo... Vi vendo por séculos sem consciência de si, afundados na ninguendade... Um povo, até hoje, em ser, na dura busca de seu destino... lavados em sangue índio e sangue negro... Mas apesar de feitos pela fusão de matrizes tão diferenciadas, os brasileiros são, hoje, um dos povos mais homogêneos linguística e culturalmente e um dos mais integrados socialmente da Terra... O Brasil... magnitude populacional... criatividade artística e cultural... auto-sustentado... Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra" (Darcy Ribeiro).

Afinal, qual o propósito de Deus com a criação do Povo Brasileiro, a partir dessas raízes negra, indígena e branca? É tempo de descobrir a identidade de Deus em nós, Povo Brasileiro!

 

Suor e sangue

Bruno Ferreira Boschi

            Em uma terra de interesses, disputa, conquistas e derrotas, a sede de ganhar e conquistar, crescer e vencer. Nessa terra tinha um homem que sonhava bem mais alto, ele acreditava que a terra era redonda e isso mudaria o rumo da história da humanidade toda.

            Homem obstinado a provar uma tese e mudar de vida, ganhar poder e títulos reais e marcar o nome na historia com um feito e um descobrimento enorme mais até do que ele esperava. Começa assim uma jornada. Esse homem acreditava que a terra era redonda, e que tinha que provar isso a qualquer custo, pois levaria ele ao ponto mais alto que um homem poderia ir, ele pegou todos os homens e saiu à procura de uma prova, depois de meses, uma nova terra era avistada um feito maior que o propósito foi alcançado, descobriram que as terras que conheciam não eram as únicas terras, quebrando assim um tabu enorme, mais a historia só estava começando, pois estão prestes a descobrir que a nova terra não era desabitada, e que tinha o seus próprios moradores.

            Mais um desafio e mais uma conquista fácil, pensarão eles, mas a terra tinha seus próprios males e perigos e não foi uma tarefa tão fácil assim, abrimos um parêntese na história para voltar pra Portugal, mais homens, mais armas, mais guerras, mais dinheiro, mais riqueza pra quem produz a guerra.

            Voltando ao Brasil muita luta por disputas de interesses, de um lado os portugueses queriam ouro riqueza e as mulheres, por outro lado os indígenas queriam viver livres e voltar à sua própria vida, muito sangue e morte, depois os portugueses perceberam que dava muito trabalho para capturar um indígena, e quando ele era capturado, escapava muito fácil e entrava na mata que eles não conheciam muito bem, tiveram uma cruel ideia: Vamos trazer escravos da áfrica, os negros!

            Começando assim mais um episódio da nossa formação. Os negros eram trazidos de navio e também eram tratados como bicho, dentro dos navios eles traziam homens e moças novas para os donos senhores de escravos.

            Os donos dos escravos se deitavam com as moças negras, e também com as mulheres indígenas, os filhos com as negras, não eram negros e nem brancos e os filhos com as indígenas não eram nem branco e nem indígenas... Esses filhos por não serem nem brancos nem negros nem indígenas eles não eram aceitos em nenhum lugar, então filhos de mestiços com filhos mestiços se casavam formando assim o povo brasileiro, e isso explica por que somos um povo tão forte e que tem facilidade de superar qualquer situação somos a combinação do melhor de cada povo, forjado no suor e sangue.

 
Brasilidade

Thiago R. Dias

Uma terra desconhecida em que os europeus, especificamente os portugueses que chegaram a essa terra com a finalidade de colonização, pensavam que era uma terra inabitável, terra essa, onde já existiam povos indígenas espalhados por todos os lugares, de norte a sul, de leste ao oeste. Povos tradicionais com uma diversidade cultural e de línguas que habitavam esta terra.
Indígenas que habitavam esta terra rica em suas florestas, animais, e tantos outros recursos naturais que os mesmos viviam e se contentavam apenas com o que tinham e que utilizam desses recursos naturais para sua sobrevivência.
Os portugueses entendiam que os indígenas eram um povo sem civilização e sem cultura, escravizou os povos na busca por seus recursos naturais. Na visão socioeconômica, a escravidão indígena era direcionada para uma visão mercantilista, assim muitas tribos passaram a escravizar outras tribos para os homens brancos numa guerra travada por sua sobrevivência.
A igreja católica veio com a missão de catequizar os indígenas com o pensamento de que o índio era um ser humano sem alma, impondo a crença a um povo que era totalmente politeísta.
Essa terra que foi manchada com o sangue de tantos povos, indígenas e portugueses, como também de escravos que vieram da áfrica, escravizados pelos europeus adquiridos como se fossem um produto que se encontram na prateleira de uma mercearia.
O homem negro, reconhecido pela sua pele escura, era desvalorizado e escravizado pelos portugueses que desfrutavam desses escravos utilizando-os como mão de obra para o trabalho braçal.

O homem branco na sua busca por ganância e poder, vem traçando ao longo do tempo assim a história de mais um povo que vem marcada por escravidão e sofrimento.
A colonização abriu portas para outros países europeus que vieram e se instalaram nessa terra.
Uma colonização que veio marcada por sofrimentos, mas que ao longo dos anos com a convivência entre os povos indígenas, europeus e africanos dá inicio a história de um novo  povo, o povo brasileiro.
Povo esse que tem suas raízes do índio, do europeu e do africano. Povo sincrético e com uma diversidade cultural grande, do mulato ao mameluco, esse é o povo brasileiro.

 

De repente... Brasil!

Sabrina Mendes de Mendonça

Houve um tempo em que cada um, índios, negros e brancos viviam no seu canto, no seu lado do mundo. Acreditavam que aquele pedaço de chão onde pisavam era tudo o que existia. Assim, não se conheciam e levavam a vida da forma como lhe parecia melhor. Tudo perfeito, tudo estava onde deveria estar. Ou não!

Os brancos, sabidos que só, viam os barcos que desapareciam na imensidão azul do mar e não quiseram acreditar que aquilo era o fim. E que bom! Esse foi o nosso começo.

Com um espírito desbravador se aventuraram mar à dentro, por dias, semanas, meses, chegaram ao desconhecido, que tanto desejavam conhecer. As terras inabitadas de além mar. Ops! Surpresa. A terra desabitada não era tão deserta assim. Depararam-se com os índios, mas para eles, os brancos, isso não era problema. Vindo de um imenso histórico de conquistas, seria fácil conquistar a esses também. Nada que um espelho como presente não resolvesse. Mas não vamos falar disso...

Os índios. Ah! Os índios. Criaturas livres, conectadas à natureza de uma forma nunca vista antes. Uma pele diferente, cabelos diferentes, uma língua diferente e uma forma diferente de se vestir, ou melhor, não se vestiam, mas isso é só um detalhe.

Era uma terra nova para os brancos, e na visão revolucionária deles, havia muito a ser explorado, muito trabalho a ser feito, afinal tinham descoberto uma terra de incontáveis riquezas. Arquitetaram um projeto onde entrariam com o intelecto, talvez administração de bens, e os índios, conhecedores da terra, entrariam com a execução do projeto, ou seja, o trabalho braçal. Isso não deu muito certo. O índio, que era livre e já vivia há tanto tempo por essas bandas, não aceitou essa parceria com o branco.  Foi aí que entrou o negro na nossa história.

O branco entrou novamente no seu barquinho, atravessou o oceano, mas não em direção a sua terra, foi em direção à África, lá havia um povo que com certeza faria o trabalho não aceito pelos índios, por livre e espontânea pressão, pode até ser, mas que faria, faria.

O que dizer dos negros... Muito fortes fisicamente, nobres de espírito, e cheios de uma alegria contagiante. Não queriam vir para essa terra desconhecida, mas por fim vieram e fizeram o trabalho proposto pelo branco.

Aqui estavam então os que um dia não passavam de desconhecidos, o branco, o índio e o negro.  E tudo começou. O branco que quis a índia, que quis o negro, que quis a branca. Uma verdadeira ciranda de raças, culturas e crenças. Dessa mistura nasceu um povo, “O Povo Brasileiro”. Nasci eu, Sabrina Mendes de Mendonça, com cabelos escuros como os do índio, sobrenome de branco e um avô negro.

Nessa minha formação do Brasil, faltaram um pouco de sangue, sofrimento, abuso e preconceito, mas isso é só um passado triste que resultou nesse presente de Deus que é a formação do povo brasileiro. Misturado e rico de beleza, charme e doçura. Valente, não deixa de ir à luta quando necessário.  Alegre, forte e esperançoso de um futuro melhor e mais digno.

"Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra.” (O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro, 2006).

 
Existe: sim o INExistente existe

Sandra Duran

Assim como o pólen é levado pelo ar, assim o DNA de Deus é levado pelas águas.  Noé repovoou a terra após o diluvio. Água gera vida e os mares trouxeram de longe o DNA de Deus para o surgimento de uma nova cultura: Os brasileiros...

O INExistente veio a existir: Indígenas, Negros, Europeus. Na mistura da água e sangue surge uma nova nação, com seus sons, ritmos, danças, sabores, saberes, vestes, artes, línguas, ciências, caras e bocas. Comem carne de caça, peixe, feijão, milho, farinha, tapioca, cana, coco, dendê, café, macarrão, porco; tem nomes, tem casas, tem histórias, tem sonhos, tem dores, tem crenças, ritos e mitos, tem partos, tem mortes...

Tem gemido nas matas, tem choro nos rios, tem fuga, tem guerra, tem tempo de trégua e de luta acirrada. Tem amores e ódios, tem prazer e tristeza, tem canoas e flechas, tem canhão e escopeta, tem algema e chicote, tem cantos nas dores, tem fé e certeza, tem cruz; cruz nas velas dos barcos, nas mãos das mulheres, nas bíblias, nas vestes, no alto dos fortes, na igreja e cidade, tem mortes; tem vida, tem mortes, no corpo e na alma tem mortes.

Quem são estes? Que multidão é esta entre tantas nações?... Os brasileiros...

Povo guerreiro, povo forte, generoso que nasceu, sobreviveu, viveu, sofreu, mas venceu; cresceu e continua crescendo além das possibilidades e preconceitos... Povo livre, povo alegre, povo leve, povo festeiro...

Nem Colombo, nem jesuítas, nem reformas ou pastores, nem missões, nem poder político, nem reis e rainhas, nem tratados, nem santos, nem comercio, nem dinheiro, nem leis ou interesses, nem prisões, nem maldade, nem liberdade, nem massacres, nem sonhos ou pesadelos, nem luto ou dor conseguiu abortar a nova nação nascida no coração de Deus: Os brasileiros... Mas a Palavra, a Água da Vida foi levada.

A identidade de um povo é forjada no fogo, fogo das paixões: pela vida, pela liberdade, pela justiça, pelo amor, pela unidade, pela diversidade, pela esperança... Deus estava lá o tempo todo, Deus continua lá hoje e continuará para sempre e eles, Os brasileiros, um dia, estarão para sempre com Deus.

Não se pode separar o inseparável, pois, o que Deus juntou o homem não separa, AMA.

 “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo...” Ct 8:7a

Bendito seja o nome do Senhor

 

Brasileiros legítimos

            Aparecida Ferreira dos Santos

O povo brasileiro é constituído basicamente por três povos: índios, negros e os brancos europeus.

Desde a época em que os portugueses chegaram aqui, eles foram se misturando ao povo indígena. Os portugueses se relacionavam com as índias e geravam os mamelucos. Com a chegada dos negros para trabalhar no Brasil como escravos, os portugueses começaram a se relacionar também com as negras surgindo os mulatos.

Os filhos dessas misturas, na época, ilegítimos, ficaram sem uma identidade própria, pois não eram índios, não eram negros e nem eram brancos. Afinal, não pertenciam a povo nenhum.

Os anos se passaram e eles continuaram se misturando e hoje o que vemos é uma nação bem diversificada em todos os aspectos. Em outras culturas não é difícil definir o tipo físico das pessoas. Fato que já não acontece no Brasil. Somos uma mistura de muitas raças, costumes e culturas. Difícil definir fisicamente.

Da nossa herança indígena temos as receitas caseiras para todo e qualquer tipo de enfermidade, o hábito de tomar banho todos os dias, a culinária, principalmente a mandioca, as festas, a hospitalidade e a generosidade.

A hospitalidade e a generosidade que herdamos dos nossos antepassados indígenas é bem forte entre nós.  Somos um povo que recebe muito bem o estrangeiro, que se faz de guia turístico com muito prazer, se desdobrando para atender as necessidades dos nossos visitantes.  E quando eles decidem permanecer no país, nos sentimos lisonjeados por seu amor e escolha por viver nesta terra. E logo damos um jeitinho de entrosar o novo morador ao cotidiano do nosso país.

Do negro herdamos a força, a vontade de lutar e de vencer.  O sonho de atingir novos horizontes e os ideais de liberdade. A garra para continuar em meio às adversidades.  A alegria, as festas, tudo faz parte da nossa cultura hoje. 

Herdamos também um pouco do branco com sua preocupação com o vestuário, sua culinária, educação e espírito desbravador.

Tudo isso junto formou o povo brasileiro. Isso é o que nós somos hoje. Na época da colonização sem identidade, mas hoje, “diferentemente bem definidos”. Em cada rosto uma marca dos nossos antepassados, resultado de uma mistura que deu certo. Brasileiros sim, bem definidos com cabelos encaracolados, mistura do negro com branco, dos olhos cor de mel e cabelo crespo, da pele negra e olhos verdes, da pele branca e cabelos lisos e com imensa facilidade para se bronzear, mistura das três raças.

Somos brasileiros e carregamos em nossas veias nações diferentes e isso faz de nós pessoas extremamente abertas para nos adaptar a novas situações e a olhar o diferente com normalidade.  Somos brasileiros e como se diz na TV, não desistimos nunca.

É isso que somos BRASILEIROS LEGÍTIMOS.
 

Meu povo Brasileiro

Aline Lopes

            Ser brasileiro é convivendo com a diversidade de culturas, más pouco se sabe sobre nossa raiz, conviver com indígenas e afros para alguns ainda é incomodo e o preconceito ainda existe em nosso meio sendo que o senso de elite dos portugueses ainda predomina, e o grande motivo disto a meu ver é a falta de conhecimento.

Nas escolas pregam a historia do Brasil, descrevendo os portugueses como descobridores do Brasil já descoberto pelos indígenas, sendo os portugueses heróis e precisando de mão de obra não indígena, pois eram preguiçosos tendo assim que trazer africanos esses bem trabalhadores mais sem alma. Mesmo lendo livros de historia parece que isso é realmente tudo que podemos aprender do começo de nosso país. Isso está errado não podemos comparar a história de nosso país com uma historinha de criança onde categorizamos o homem bom e o mau da história.

Então para entendermos mais de nossas raízes precisamos entender que não existe o povo certo ou o errado, mais que todos acertaram e erraram.

Os portugueses vieram com planos ambiciosos, riqueza era o que pretendiam encontrar e realmente encontram mais não conseguiram perceber eram seres humanos para eles selvagens, sem alma. Há mais não é desse tipo de riqueza que queriam era o pau-brasil isso que importava a eles, o povo ingênuo e sem cultura, que trabalhava e em troca recebia quinquilharias e entregava suas mulheres aos forasteiros, foram em grande parte trocados pelos africanos devido ao crescimento da colonização. A partir daí o índio passou a ser descrito como preguiçoso e despreparado para viver em uma civilização. E sendo descrito até hoje assim tendo que travar longas batalhas contra preconceito e para a sobrevivência. Sabendo que para tudo isso acontecer muitos indígenas e portugueses morreram, os indígenas pelo contato com as doenças do homem branco e os portugueses com as flechadas em confrontos na busca da colonização do Brasil.

Com o crescimento da colonização a busca de mão de obra foi cada vez aumentando por isso a busca dos africanos, os mais fortes e saudáveis vindos da África em navios nas piores condições possíveis, deixando seu país sua família, sem serem consultados, contra sua própria vontade. E assim os africanos trabalhavam nas atividades agrícola e mineradora. Muito sofrimento e mortes aconteceram em nossa historia. Mulheres indígenas e africanas foram violentadas e ficando grávida dos portugueses, desta miscigenação começou assim a nascer um novo povo o povo brasileiro, sendo filho nascido não mais indígena ou africano e rejeitado pelo pai.

Sem dúvida a história do nosso povo tem em muitas coisas a serem descoberta e conhecida por nós, mais entendendo a dor o sofrimento causado não posso me denominar portuguesa mesmo tendo a cor branca, ou africana por ter a cor escura ou indígena por ter o cabelo liso e preto, entendo que sou brasileira africana, portuguesa e indígena a mistura que faz meu povo ser assim: alegre, forte, não desistiu nunca, ter raça. O preconceito não pode existir em nosso meio viemos todos de uma mesma raiz e conhecendo como tudo isso aconteceu passo amar mais o meu país que tanto lutou, tanto sofreu hoje vivemos a liberdade de nós aceitarmos todos da maneira como somo esse é o meu povo brasileiro.

 
Mistura brasileira

Marlene

            Quando eu leio a historia do meu Brasil, ou vejo algum a reportagem ou filme fico muito indignada, fico com raiva mesmo pois e a minha gente minhas  raízes.  Mesmo conhecendo a bravura do meu povo e triste lembrar os massacres as mortes eu não entendo até o dia de hoje, mas lembrar que sou mistura desse povo e que em minhas  veias corem sangue de indígenas me da um certo alivio, pois e um povo humilde de  tantas culturas línguas e inteligência, pois falar desse povo sem reconhecer suas  habilidades e tecnologias e como falar ao vento .

            Sem contar os negros nossos irmãos trazido da África  povo  alegre  ativo cheios  de força e esperança humilhado e escravizado pela burguesia .

            Em seus corações havia esperança de liberdade, desejo de mostrar as pessoas que eram capazes de amar de realisar de criar e se tornar senhores de si mesmos. Precisou muitos sofrimentos, muitos anos afim para se dar conta de que os  indígenas, e os negros eram seres humanos, mas o triste racismo se perdurou por muitos anos até na década de hoje vimos racismo em algumas pessoas, mesmo com a mistura de povos. O que nos traz alegria é saber que somos uma nação forte de pessoas valentes, trabalhadoras, esforçadas, criativas, independentes, honradas, pela sua historia que não ficaram dependentes de outras nações. E que honram sua cultura, sua nação, seu povo, não importa o que passou somos uma  mistura brasileira.

 

O povo brasileiro

Éloïse Gagnon

Ao longo de cinco séculos de historia, quando ainda não eram Brasil, a colônia de onde os europeus vinham para retirar riquezas, porque a Europa na época vivia das economias mercantilistas com objetivo central do acúmulo de riqueza.

Os brasileiros tiveram dificuldade em equilibrar igualdade e diferença. Nestes cinco séculos de história, sempre tivera, a tendência para ver o diferente como inferior, assim justificativa que o colonizador pudesse dominar e usar a escravidão de negros e índios. O Europeu conquistador acreditava que os índios da terra e os negros da África eram inferiores, assim eles seriam explorados para extrair a riqueza que seria levada para a metrópole.

Essa dinâmica de desigualdade social entre o branco, o índio e o negro, marcou a história do povo brasileiro. E até os nossos dias, escrevem a história com uma batalha para ter o direito de ser iguais entre essas etnias que formam o Brasil de hoje.

“Temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza, temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza.” Sociólogo português, Boaventura Santos.

Os índios :

Durante muito tempo a História do Brasil foi contada do ponto de vista dos colonizadores europeus, de uma visão eurocêntrica, mas os indígenas habitavam há milênios este território. Os dados apontam para uma população superior a 5 milhões de indígenas á época da chegada dos portugueses, o que equivaleria á população de Portugal no mesmo período. Os brancos colonizadores destituíram de história, os indígenas, porque tinham um modo diferente de transmitir a memória de seu povo de geração, por meio da tradição e não da escrita, como faziam os brancos. Como eram considerados incultos e bárbaros, caberia ao colonizador levar a esses povos a fé cristã e mudar seus hábitos, a fim de civilizá-los. Mas os indígenas tinham as próprias tecnologias silvestres e organização social. As sociedades indígenas também se distinguiam nas suas formas de explicar a formação do mundo e os fenômenos da natureza. Eles praticavam rituais, dos mitos deles, que visavam transmitir a cultura e a própria história para as novas gerações.

A cultura dos índios havia deixado algumas marcas na construção da civilização brasileira, tais como as contribuições culinárias e algumas palavras incorporadas ao vocabulário, como maracujá, abacaxi, sucuri... que são hoje, numa parte indissociável da cultura brasileira.

Os negros :

Os negros africanos foram trazidos para o Brasil na condição de escravos, contra sua própria vontade, deixando para trás famílias e povos, assim, colaboraram para a atividade agrícola e mineradora da América colonial. O escravo foi destinado ao trabalho nos canaviais do Nordeste, na extração do ouro das Minais Gerais e, mais tarde, nos cafezais de São Paulo. Ele era uma das mais valiosas mercadorias que a metrópole vendia para a colônia, facilitando a exploração do império português.

A maioria dos negros era das nações da costa ocidental africana, assim como os índios, esses negros eram oriundos de tribos e de culturas diversas, com organizações sociais e idiomas próprios. Além de economicamente necessária, a escravidão salvava as almas dos africanos muçulmanos ao elevar o escravo bárbaro e infiel á condição de civilizado. Assim, dentro da Igreja o debate foi intenso mas foi o espírito das Cruzadas que reacendeu o início do tráfico humano. A Igreja contribuiu para o processo de desumanização do negro, destituído de alma, que transformava-se mais facilmente em mercadoria. Pelo batismo, ele recebia uma alma e um nome da Bíblia. Tornando-se cristão, o branco dava-lhe a oportunidade de chegar ao céu, mas deveria antes amargar no inferno do trabalho escravo.

Com a escravidão, surgiu a resistência a ela, resistência contra a opressão, que perdurou no Brasil até o final do século 19, depois uma grande longevidade. O processo de abolição da escravatura foi lento e revela os desejos da elite rural em estender ao máximo a duração do trabalho escravo no Brasil. Finalmente, em 1888, a abolição acabava com a escravidão.

As manifestações culturais dos negros, expressas na alegria do carnaval, na magia da umbanda, na dança da capoeira, na arte do futebol, na variedade da culinária, na riqueza da musica popular e em inúmeras outras áreas nas quais lhes foi permitido mostrar o seu valor ajudam a compor a cultura brasileira, tão enriquecida pela sua influência.

Os brancos :

A colonização foi obra dirigida por um único povo ; o português, que oficialmente chegou primeiro. Também os primeiros a chegar em maior quantidade foram os exilados de Portugal por terem cometido algum tipo de crime, os piores bandidos, os criminosos e os marginais. Além dos degradados, vieram os padres, da Companhia de Jesus, que aprenderam a língua geral indígena e fundaram as missões. Apesar de destruir o universo cultural do índio e impor uma nova crença que não fazia sentido para o nativo, os jesuítas evitaram um massacre ainda maior dos indígenas, pois lutaram contra sua escravidão e tentaram protegê-los nas missões. O isolamento promovido pelos jesuítas limitou a escravidão a participação dos indígenas no processo de colonização.

Os brancos vieram no passado e continuam a chegar em terras brasileiras em ondas de origem europeia. Além dos europeus, desde o final do século 19 e início do século 20, vimos chegar ao país povos orientais e de origem muçulmana do Oriente Médio.

Conclusão :

O Brasil beneficiou-se da herança de muitos povos, de muitas gentes diferentes. Cada etnia diferente do povo brasileiro trouxe uma marca dela que dá a riqueza única na cultura do Brasil.

 
A mistura de um povo

Domingos milagre

Uma terra desconhecida em que os europeus, especificamente os portugueses que chegaram a essa terra com a finalidade de colonização, pensando que era uma terra  de novas oportunidades,onde já existiam povos indígenas espalhados por todos os lugares, de norte a sul, de leste ao oeste. Povos tradicionais com uma diversidade cultural e de línguas que habitavam esta terra.

Os Indígenas que moravam nesta terra rica em suas florestas, animais;plantas; e outros recursos naturais que os mesmos viviam e se encontravam aqui para o utilizo da sua sobrevivência.

Os portugueses entendiam que os indígenas eram um povo sem civilização e sem cultura,então os  escravizou na busca de recursos naturais. Na visão socioeconômica, a escravidão indígena era direcionada para uma visão mercantilista, assim muitas tribos passaram a escravizar outras tribos para os homens brancos numa guerra travada por sua sobrevivência.

A igreja católica veio com a missão de catequizar os indígenas com o pensamento de que o índio era um ser humano sem alma, impondo a crença a um povo que era totalmente politeísta.

E por ver que o seu trabalho em busca de recursos mineiras os indígenas não tinham tanta forças como eles queriam então trouxeram os negros africanos na parte do norte da áfrica como Sudão e angola..., O homem negro, reconhecido pela sua pele escura, era desvalorizado e escravizado pelos portugueses que desfrutavam desses escravos utilizando-os como mão de obra para o trabalho braçal e O homem branco na sua busca por ganância e poder, vem traçando ao longo do tempo assim a história de mais um povo que vem marcar  por escravidão e sofrimento e onde teve uma mistura de raças...porque as mulheres indígenas elas tomavam banho nos rios e os portugueses ia La e se deitavam com elas,também pegavam em suas empregadas em casa que eram africanas e se deitavam com elas isso concedendo filhos fora dos seus matrimônios...e vinha também os negros africanos que se deitavam com algumas indígenas então gerando filhos.

A colonização abriu portas para outros países europeus viessem  se instalar no Brasil, formando o povo brasileiro.

 
Origem

Fabrício Gouveia de Souza

Descoberta de uma Terra? Já havia gente Nela!

Uma história mal contada por gente que não era dela, que escreveram a história e por isso é a verdade, o resto é mito, pois não foi escrito.

Assim se deu a chegada dos portugueses, desconsideraram os indígenas e os destituíram da historia, dando inicio a uma imagem que muitos carregam até hoje.

Com o desenvolvimento da colonização e a utilização do trabalho escravo, a mão de obra indígena foi em grande parte substituída pela do negro africano. A partir daí, o índio passou a Ser descrito como preguiçoso, despreparado para o trabalho e, então despreparado para a civilização.

Então chegou aqui o Negro Africano, capturado em seu País e vendido para ser escravo no Brasil.

 A Igreja dizia que o Negro não tinha alma, e isso facilitava para que os transformassem em mercadoria, eles eram batizados e assim se recebia uma alma, ganhando dos brancos uma “oportunidade de ir ao céu”, mas antes tinham que sofrer no trabalho escravo.

Mas nossa brasilidade não se inicia em interesses gananciosos, busca de poder, abusos religiosos, mas sim no coração do Criador, que há muito tempo já havia planejado esse povo, povo que são todos em um, um povo com a cara do mundo todo.

Havia um propósito no coração do Criador, a miscigenação intercultural!

Dizer que não temos uma identidade é um grande equivoco, quem somos? Somos brancos, negros e indígenas, a historia sangrenta e abusiva que conhecemos não é a origem, mas sim um processo mal interpretado pelo homem.

 

Resumo dos textos lidos e filmes assistidos

José S. Vieira

                        O que posso resumir em vista da grande falta de consciência humana, pois Deus criou o homem e deu a ele tudo de bom, mas com o passar do tempo ele se destruiu a si próprio, desde os tempos antigos com a queda do império Romano. O abuso de poder de certos líderes enfim.

            Comercialização humana de negros, indígenas, toda uma matança na época dos jesuítas.

            Caso de preconceito por parte de pessoas no filme Quase Deuses.

            Falta de bom censo, egoísmo, extermínio de populações.

            Dessa forma o mundo vem se degradando a cada dia, pela falta de amor, falta de raciocínio. As pessoas pisam nas outras para alcançar seus objetivos.

            Os humanos, independente de suas nacionalidades já são egoístas, querendo tudo para si, e assim será até o fim de tudo, porque aquele que é sujo suje-se mais ainda

e aquele que é limpo limpe-se mais ainda.

 

Uma nação formada pela miscigenação

Ruth Mattos Khemraj

Uma só palavra não seria capaz de abarcar as experiências históricas que marcaram a formação do povo Brasileiro.

A nossa árvore genealógica vem dos brancos índios e negros, só que os índios e os negros sempre foram considerados pelos brancos como seres inferiores, sem cultura e sem alma. Assim, por serem inferiores, negros e índios não eram responsáveis por seus atos, e, portanto, não podiam viver em liberdade. Essa justificativa era importante para que o colonizador pudesse explorar a mão de obra, a fim de que produzissem as riquezas que seriam levadas para a metrópole.

Como os indígenas eram considerados bárbaros, caberia ao colonizador levar a esses povos a “verdadeira fé” (a fé cristã) e seus hábitos, a fim de civiliza-los. Caso tal empreitada não fosse possível, restaria a escravidão, pois, já que suas “mentes limitadas” não permitiam a regeneração, ao menos trabalhariam em favor da “missão civilizadora” na condição de cativos. No que diz respeito à cultura e a identidade, a presença da igreja católica, que impunha suas crenças, atingiu irremediavelmente o universo cultural indígena, assim como as suas explicações de mundo. Alem disso, os índios cristianizados, por assimilarem não apenas a religião, mas também as técnicas produtivas do colonizador acabavam por se tornar o alvo preferido do trabalho escravo.

Os indígenas viviam da caça, da pesca, da coleta e de uma agricultura rudimentar. Eram seminômades, estabeleciam-se em uma região até que a fertilidade do solo se esgotasse, buscando então uma nova região para construir suas aldeias.

O casamento entre branco e índia deu origem ao mameluco, esse foi o primeiro elemento étnico do processo continuo de miscigenação que viria a dar origem ao povo brasileiro. Já não era índio, mas tinha a cultura da mãe; também não era branco, e era regenerado pela cultura do pai. Na busca de identidade e sobrevivência, esse novo ser foi obrigado a colocar a cultura materna a serviço do colonizador europeu.

Os negros africanos foram trazidos para o Brasil na condição de escravos, sem serem consultados, contra sua própria vontade, deixando para trás famílias, povos, vidas. A maioria dos negros foi trazida para o Brasil da costa ocidental africana. Assim como os indígenas, esses negros eram oriundos de culturas diversas, com organizações sócias e idiomas próprios, portanto não falavam a mesma língua nem partilhavam das mesmas crenças.

De uma forma ou de outra, a igreja contribuiu para o processo de “desumanização” do negro. Destituído de alma, o negro transformava-se mais facilmente em mercadoria, pelo batismo, recebia uma alma, o branco dava-lhe a oportunidade de chegar ao céu, mas deveria antes amargar no inferno do trabalho escravo.

A mistura entre as raças negras e brancas no Brasil se deu pelo contato sexual do homem branco com a mulher negra, mais precisamente, do senhor com a escrava. Dessa miscigenação, originou-se o mulato.

As manifestações culturais dos negros, expressas na alegria do carnaval, na dança da capoeira, na arte do futebol, na variedade da culinária, na riqueza da musica popular, e em inúmeras outras áreas nas quais lhes foi permitido mostrar o seu valor ajudam a compor a cultura brasileira, tão enriquecida pela sua influencia.

As embarcações portuguesas navegavam por todos os mares. Os portugueses tornaram-se os primeiros europeus a estabelecer contato comercial sistemático com diversos povos orientais. Esse contato com diversas culturas é considerado um dos fatores fundamentais para caracterizar o Português como um povo propenso a miscigenação e a tolerância no convívio com “culturas exóticas”.

Deve-se reconhecer, contudo, que a colonização do Brasil, foi obra dirigida por um único povo: o português. Foi ele quem oficialmente chegou primeiro. 

 
Um pouco de TUDO. Um TUDO, que não é de nada, de um TODO perdido

Aline B. D. Salgado Souza

O que somos?

Um pouco de tudo.

Quanto esse tudo é valorizado em nossas vidas?

Nada.
Só posso concluir que estamos devidamente perdidos.

Em nome da razão se concluiu que os índios e negros eram incivilizados e inferiores.
Em nome da fé que eles não tinham alma.

Então, todos justificados! Escravidão e exploração.

Fraternidade, Igualdade e Liberdade que nunca se pôde compreender, uma revolução que parece ter parado no tempo.

Hoje uma razão que quer manter índios isolados e negros marginalizados.
Uma fé cega, mas, também surda e muda que tem medo de se manifestar.
Passamos um século assistindo á farsa de que o gigantesco mosaico racial brasileiro era todo feito de iguais perante a lei. Mas, acima da lei está à vida, COMO ELA É, e ela é ainda repleta de injustiça, de preconceito e discriminação. ”

Eu não sei você, mas o meu sangue ferve nas veias, essa mistura de negro, índio e branco.
Sou fruto de toda essa dor, essa escravidão, essa tristeza, mas também essa coragem, ousadia, esse espírito desbravador, essa alegria, essa naturalidade cultural da diversidade. Esse sangue trás a tona toda a minha identidade e toda a minha brasilidade. O todo proporcionou que eu tivesse tudo que eu preciso pra entender que no meio de tanta diferença encontro a igualdade de que todo ser humano tem uma característica única, uma identidade que é firmada em uma base chamada Deus, o TODO e que Nele TUDO subsiste.

 
O Povo Brasileiro

Efigenia Roseli Rick de Carvalho

Que povo é esse? De onde veio? Como se formou? Para onde está caminhando?

As pessoas não têm tempo para repensar sua história e filosofar sobre a vida. Raros são os que investem em seus projetos e sonhos mais cálidos. Precisamos fazer uma parada estratégica para corrigir nossas rotas. Esse Brasil que temos hoje em nossas mãos, não fomos nós que o fizemos. Apenas o herdamos; mais que procurar vítimas e culpados cumpre-nos, traçar um novo rumo para todos nós; será pela educação, pela abertura a uma mudança de mentalidade; onde a palavra de ordem seja tolerância.

Um povo formado pela miscigenação de raças indígena, negro africano e branco europeu;

O Índio

Descritos pelo ponto de vista dos colonizadores europeus como destituídos de história, por transmitir de uma maneira diferente; por meio da tradição oral e não escrita como os brancos. Ingênuos e sem cultura, por trabalhar na extração de pau-brasil e dar suas mulheres aos forasteiro. Indolente e preguiçoso, por utilizarem o negro africano.                                                    Na verdade demonstraram o desconhecimento da diversidade desse povo. São muito inteligentes, possuem grande capacidade de adaptação, sabem cultivar a terra, são hábeis botânicos; além da agricultura, a pesca, e a caça eram praticadas com grande habilidade.
Organização social baseadas em famílias extensas com objetivo de perpetuação, o individualismo não faz sentido; O primeiro elemento étnico do processo de miscigenação que viria a dar origem ao povo brasileiro foi o mameluco, união de branco com índia
.                                                                                                                                            Organização econômico além do aspecto cultural para a antropofagia ritual, diferente de outras sociedades que escravizavam seu prisioneiros; não faz sentido para os indígenas.
Organização política exercido por um chefe que se destaca em sua valentia, ponderação, generosidade, justiça. Ele não governava, mas defendia os interesses coletivos.
A preservação da cultura
, da história, e dos valores, eram pela transmissão oral “ . . .a minha língua é como a pena de habilidoso escritor ”(Sl 45.1). Artesanatos com finalidades diversas e de muita criatividade. Matérias-primas para confecção de redes e cobertores, inúmeros objetos que hoje nos são úteis. Enfim temos muito que aprender com estes povos.

Os Negros

Trazidos para Brasil em condições de escravo, possuíam culturas diversas com organizações sociais e idiomas próprios. Em condições sub humanas viajavam nos navios chamados Tumbeiros e depois vendidos como mercadorias. Da miscigenação de branco com negro originou-se o mulato, um novo elemento étnico.
Resistência formando os quilombos e uso de estratégias pelos proprietários para dificultar fuga, da violência à liberação de terras para próprio plantio.
As manifestações culturais expressas na alegria do carnaval
, na capoeira, futebol, variedade culinária, música popular; uma das mais importantes contribuições pode ter sido a difusão da língua portuguesa no Brasil, pois a língua predominante era o nheengatu.
No processo de abolição da escravatura a Inglaterra por ser industrializada, precisava de consumidores e o Brasil assinou um acordo extinguindo o tráfico, a lei nunca foi posta em prática daí a expressão usada”só para inglês ver”. Liberdade e exclusão a triste realidade, livres do trabalho escravo porém  escravos da miséria; não se preocuparam com a inclusão à sociedade. Com o fim da segunda guerra mundial e com o escândalo da bailarina negra e norte-americana; nenhum estabelecimento comercial ou de ensino deve deixar de atender ou negar emprego a alguém por preconceito de raça. Assim, o negro brasileiro nas últimas décadas, vem construindo a dignidade roubada,  tomando coragem para assumir de maneira orgulhosa a sua condição, lutando por espaço em um País que ajudou a construir.

O Branco

Como colonizador é precursor de toda miscigenação racial e os padres na “miscigenação cultural”. Paralelamente ocorre a elite colonial, que tenta manter-se branca. Cruel! Os brancos herdam fortuna do pai branco; mestiços, os infortúnios da mãe índia ou negra.
Imigração em grande escala, a família real estava no Brasil, descoberta de ouro, café, a carência de mão de obra pela maioria dos latifundiários; porém os maus tratos aos imigrantes eram muito devido ao costume de escravos, o que contribuiu para muito retornassem a terra de origem; a imigração só voltou quando passou a ser supervisionada pelo Estado e por intelectuais da Sociedade. Ao chegar ao porto de Santos eram reunidos na inspeção e encaminhados para hospedaria em São Paulo
.
Hoje constituem um fenômeno altamente complexo e estudado. Em qualquer lugar que se ande, encontra um brasileiro. E por aqui, gente do mundo todo não para de chegar. Todos vêm acrescentando suas cores a esse grande mosaico étnico e cultural que constituem a nossa gente brasileira.

A Origem de um Povo Não Desejado

Marcos Aurélio Vieira de Mattos

(A diversidade é um elemento central para se entender a formação do povo brasileiro)

Com a chegada dos portugueses ao “novo mundo”, com uma catequização forçada, os habitantes do Brasil se viram forçados a adquirir uma nova cultura muitas vezes forçados a deixar seus usos e costumes. No início havia uma troca desigual de presentes aonde os portugueses levavam o Pau Brasil para Portugal, mas depois houve uma escravização, onde os indígenas foram forçados a fazer tudo que lhe era ordenado. Marcados pelas contradições de conflito e da convivência, constituímos uma nação com traços singulares que ainda se mostram vivos no cotidiano dos vários tipos de “brasileiros” que reconhecemos nesse território de dimensão continental.

A primeira marcante mistura aconteceu no momento em que as populações indígenas da região entraram em contato com os colonizadores do Velho Mundo. Em meio ao interesse de exploração e o afastamento dos padrões morais europeus, os portugueses engravidaram várias índias que deram à luz nossa primeira geração de mestiços, os caboclos. Fora da dicotomia imposta entre os “selvagens” (índios) e os “civilizados” (europeus), os mestiços formam um primeiro momento do nosso variado leque de misturas.

Tempos depois, com a necessidade de trabalhadores mais submissos (pois na menor oportunidade o indígena fugia e se embrenhava no mato), os europeus começaram a comprar africanos, que eram sequestrados do seu lar e trazidos em barcos negreiros sem saber onde iam parar, eram trazidos para o Brasil onde eram forçados a trabalhos duros e as mulheres eram entregues aos seus senhores para o prazer sexual, dando origem à outra parte do povo brasileiro, os mulatos.

Muito sofrimento, violações e derramamento de sangue foram feitos dentro desses quinhentos anos de formação, o racismo era evidente, a não aceitação dessa miscigenação, homens e mulheres entregues à própria sorte sem uma visão de quem eram. Indígenas e negros sendo tratados como insignificantes, um povo sem alma que merecia ser escravo, mas que hoje formam a cara do Brasil, um Brasil que tem mais de duzentos milhões de pessoas e a maioria é fruto de um povo que necessita encontrar sua identidade em Deus.

Negro, índio, branco, caboclo, mameluco e mulato, esse é o povo brasileiro, que meio a falta de aceitação de outros continentes, deu a volta por cima e hoje é referência de um povo multicultural, um país continental.

Há muito a se fazer não importa quem errou, o importante é o que nós vamos fazer com o que sabemos hoje.



Redescobrindo fragmentos de uma pátria denominada Brasil
Adriana Valeria Antonini Chaves

“Se eu pudesse deixar algum presente a vocês, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos, para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para vocês se pudesse o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída”. (Mahatma Gandhi)
Vivemos num constante processo de transformação social. Através da observação da realidade em que estamos inseridos, é possível constatar a dinâmica que a humanidade vem assumindo ao longo dos séculos, especialmente no que se refere às relações antagônicas entre o dominador e o dominado, entre o capital e o trabalho, demonstrando assim a intrigante luta pelo poder do homem sobre o homem e sobre a natureza.
No Brasil este processo não foi diferente. Os inúmeros povos indígenas que foram habitando a costa atlântica ao longo dos milênios tiveram suas histórias marcadas por um novo protagonista: o europeu. Estes viajantes de além-mar foram capazes de atuar destrutivamente de múltiplas formas em relação aos indígenas desta grande Ilha Brasil, conforme relata Darcy Ribeiro (2006), estes povos não era uma nação, porque eles não se sabiam tantos e nem dominadores, mas sim uma miríade de povos tribais, falando línguas do mesmo tronco, dialetos de uma mesma língua, cada um dos quais, ao crescer, se bipartia, fazendo dois povos que começavam a se diferenciar e logo se desconheciam e se hostilizavam.
Entretanto o europeu, grupo recém-chegado trouxeram consigo uma diversidade de conflitos tais como no campo biótico, com contaminação bacteriológica, no ecológico pela disputa de território, de suas matas e riquezas, no campo econômico e social, a partir da escravização do índio e por sua mercantilização nas relações de produção.
A partir disto, surgem então multifaces de um povo denominado brasileiro, que no plano étnico-cultural caracterizou-se pela gestação de uma etnia nova, que foi se unificando na língua e nos costumes, os índios desengajados de seu viver gentílico pelos portugueses, não sendo considerados nem índios nem brancos, denominados por assim dizer mamelucos. Os negros trazidos da África, que do contato sexual entre a mulher negra e o homem branco fez surgir o mulato, e posteriormente com os imigrantes estimulando desta forma o processo de miscigenação do povo brasileiro.
“A partir destas precárias bases, o negro urbano veio a ser o que há de mais vigoroso e belo na cultura popular brasileira [...]. Mas o negro aproveita cada oportunidade que lhe é dada para expressar o seu valor. Isso ocorre em todos os campos em que não se exige escolaridade. É o caso da música popular, do futebol e de numerosas formas menos visíveis de competição e de expressão. O negro vem a ser, por isso, apesar de todas as vicissitudes que enfrenta, o componente mais criativo da cultura brasileira e aquele que, junto com os índios, mais singulariza o nosso povo.” (Ribeiro, 2006. 205p.)
 Desta forma a partir destas ricas matrizes foi se tecendo uma Pátria denominada Brasil, diverso na cultura, miscigenação, na culinária, na língua e dialetos, na regionalidade, nos modos de ser e de fazer, um povo que luta pela vida, pela família, pelo trabalho, que produz arte, que sobrevive e se refaz continuamente. Portanto, sem dúvidas ser brasileiro é antes de tudo ser “humano”, é acreditar que há possibilidade de reconstruir alternativas e novas formas de sociabilidade embasadas no respeito e na dignidade humana, numa sociedade livre de preconceitos e do autoritarismo arbitrário do homem sobre o outro, mas acreditar na reconstrução dos fragmentos desta pátria , de uma gente que se ama, tendo como preceitos a fé, a esperança e o amor, sendo a maior delas, o amor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RIBEIRO, Darcy, 1992-197. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 5ª reimpressão.
MALERBA, Jurandir. BERTONI, Mauri. Nossa gente brasileira: Textos e atividades para o ensino fundamental. Campinas, SP: Papirus, 2001.